terça-feira, dezembro 16, 2014

Favoritos de 2014: 10 Livros Estrangeiros (quase sem LitFan)


Olá, brava gente!

Continuo a fazer as minhas recomendações com base nos livros que li ao longo deste ano. A lista agora é de livros estrangeiros, pois os nacionais virão na próxima. 

Além de usar esse filtro, excluí os livros voltados para o público mais jovem - objeto da lista anterior - e também as coletâneas de vários escritores. Isso talvez explique, em parte, o fato de poucas obras aqui poderem ser classificadas como Literatura Fantástica, já que muitas das minhas leituras no gênero são de antologias e contos isolados. Agora ainda mais, que compro e-books direto. 

Seja como for, da centena e meia de livros lidos em 2014, aqui estão mais dez que me assustaram, me encucaram, me emocionaram... Enfim, me encantaram por alguma razão. Vamos a eles?


 Aguapés, de Jhumpa Lahiri

Subhash e Udayan são irmãos, mas seu posicionamento diante da vida e especialmente da situação política da Índia acaba por separar seus caminhos. A morte de um deles leva o outro a assumir, repentinamente, uma parte importante das responsabilidades do irmão, daí se desenrolando um sensível drama familiar. Da mesma autora de outros dois ótimos livros: "O Xará" e "Intérprete de Males",


Americanah, de Chimamanda Ngozi Adichie

Outra obra de uma autora que eu já admirava. Através da história de Ifemelu, que deixa a confusão política da Nigéria na década de 1990 e vai tentar a vida no exterior, aqui se trata de questões como a imigração, os problemas de gênero, o preconceito racial... e tudo isso junto, pois, como coloca o blog da personagem, uma coisa é ser um negro americano e outra bem diferente é ser um negro, africano ou antilhano, morando nos Estados Unidos. Um livro provocante e muito bem escrito.


O Aprendiz de Assassino, de Robin Hobb

Um livro muito interessante de fantasia medieval, em que o protagonista, filho bastardo de um príncipe e dotado de um poder especial, é convertido em aprendiz do assassino e espião real. O livro o acompanha desde a infância até o final da adolescência. Achei tanto o universo quanto o personagem bem construídos, e a narrativa é muito boa, tanto que em alguns momentos cheguei a sofrer junto com Fitz. Quem já leu os próximos livros disse que o sofrimento aumentará ainda mais. Isso, porém, não me fará abandonar a saga, nem o fato levemente irritante de os personagens terem nomes que procuram refletir suas qualidades, como o Príncipe Majestoso, o Rei Sagaz e a Dama Paciência. 


Assim na Terra, de Davide Enia

Vocês podem se perguntar por que comprei um livro sobre um boxeador siciliano. O fato é que a história das lutas e amores do jovem Davidù. entrelaçadas às memórias de seu tio-avô - também boxeador - e às do avô Rosario, que lutou e sofreu na África durante a guerra, me prendeu pela sensibilidade e pela maestria da narrativa. Depois que comecei, não consegui parar. Muito bom mesmo.


A Casa Redonda, de Louise Erdrich

Joe é filho de um juiz tribal e vive numa reserva da tribo Dakota. Seu mundo é sacudido quando sua mãe é vítima de estupro e o menino parte em busca de pistas ao lado de seus amigos, ao mesmo tempo que passa por várias experiências e dilemas morais. Livros sobre nativos americanos sempre me interessaram, mas, apesar de haver de fato alguma coisa sobre os costumes da tribo, históricos e atuais, o forte da obra é mesmo a construção de Joe e dos personagens secundários.


A Invenção das Asas, de Sue Monk Kidd

Um maravilhoso romance histórico baseado na vida da abolicionista americana Sarah Grimké, narrado sob dois pontos de vista: o dela própria e o de sua escrava, esta uma personagem fictícia, chamada Hetty Encrenca. As histórias de ambas se entrelaçam, compondo um panorama da sociedade americana e das lutas pela causa da abolição ao longo de 30 anos.



O Macaco e a Essência, de Aldous Huxley

Shame on me: só agora descobri este livro delicioso, narrado sob a forma de um roteiro de cinema e ambientado numa América pós-catástrofe bacteriológica, onde a sociedade encontrou formas inusitadas de se reorganizar. Não deixem de conferir!


A Menina Sem Palavra, de Mia Couto

Este livro reúne contos escritos pelo autor moçambicano em várias épocas. Alguns são puro realismo mágico, outros são mais calcados no cotidiano, mas todos são obras-primas da narrativa, imbricados de poesia. O único defeito é ser curto demais. Quero mais contos do Mia!



Misery, de Stehphen King

Outro antiguinho, só agora saboreado. Gosto bastante de King, mas nenhum dos seus vampiros, fantasmas ou "coisas" inomináveis foi capaz de me causar mais angústia que a fã psicopata do pobre escritor que é personagem do livro. Quem escreve terror e horror, gore inclusive, não deve deixar de ler este. 


A Travessia de Caleb, de Geraldine Brooks

Mais um romance histórico, escrito pela autora de "As Memórias do Livro". Ambientado no século XVIII, conta a história de Bethia, filha de um pastor dedicado à conversão da tribo wampanoag ao iristianismo, e de seu amigo Caleb, que se tornou o primeiro nativo americano a se formar em Harvard. O rico trabalho de pesquisa e a boa narrativa prendem o leitor da primeira à última página.

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Bom, essas foram as minhas recomendações. Vocês conhecem algum? O que acharam? E o que me sugerem para ler no ano que vem?

Aguardo comentários. Até a próxima!

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